terça-feira, 7 de maio de 2013

BALADAS / BEBIDAS / BÊBADOS

            Foi constrangedor assistir uma matéria jornalística de um importante canal de televisão abordando como tema a Lei Seca. 
Homens e mulheres, quando entrevistados, não omitiram o crime de beber e dirigir. A maioria, jovens, e pertencentes à classe média, provavelmente com curso superior.
Reunidos em bares deram boas risadas quando o entrevistador perguntou se eles tinham receio de ser detidos por policiais que atuam na repressão através da Lei Seca.
Confesso que fiquei envergonhado. Tive a sensação de que era eu, que estava ali diante das câmeras, debochando da sociedade. O desrespeito era visível no rosto de cada um dos alegres e irresponsáveis bêbados. Um dos entrevistados avisou que vai continuar bebendo e dirigindo. Isso é uma vergonha!
Num outro canal, o jornalista, bastante nervoso, denunciava um grupo de médicos, que burlavam o ponto, faltando aos plantões em hospitais públicos. Com muita propriedade o comunicador chamou os médicos faltosos de assassinos. Convidou-os a se retirar da rede pública de saúde e buscar emprego em clínicas e hospitais particulares.
Acredito que estamos perdendo gradativamente os freios da carruagem. Não há nenhuma força capaz de deter o desrespeito, a falta de ética, o desamor, a desumanidade e tantos outros atos que estão transformando os seres humanos em monstros.
Um fato que também está se tornando comum nos telejornais, são as brigas entre estudantes de escolas da rede pública. Tudo registrado pelos celulares e distribuídos nas redes de internet.
Beber e dirigir. Debochar das leis. Deixar doentes sem atendimento. Colocar a própria vida e a dos outros em perigo. Tudo acontecendo rotineiramente, sem que  haja  indignação. Os erros passaram a ser parte comum no dia-a-dia da nossa sociedade.
Acredito que escrever constantemente sobre esse tipo de assunto, já está aborrecendo os leitores, porém continuarei a mostrar indignação diante dessas  questões.
Falar sobre os desmandos dos governos é “chover no molhado”. Parece que tudo acontece para que nada aconteça.
Ficamos perdidos sem saber se o certo é errado ou se é o errado que está certo. Está tudo muito misturado. São tantos novos conceitos sobre justiça, liberdade e amor que para os cidadãos de bem fica difícil entender os novos padrões sociais.
Importante é não perdermos a noção de ética e continuarmos reclamando e demonstrando indignação diante de tantas distorções sociais.
Edison Borba

 

 

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