quinta-feira, 2 de maio de 2013

DISCURSOS – PALAVRAS ... PALAVRAS ...

O dicionário informa:
Discurso = (do latim discursu) = 1- Peça de oratória proferida em público ou escrita como se estivesse de o ser; 2- Exposição metódica sobre um assunto; 3-Palavreado vão, ou ostentoso; 4-Fala de natureza longa e fastidiosa, de natureza geralmente moralizante.
Essas são algumas informações que podemos encontrar nos dicionários.
Todas as vezes que ouço um discurso, lembro-me  não só das definições, mas também do texto e de quem o expõem. Quais as intenções contidas naquela oratória?
O dia primeiro de maio é um dos mais usados pelos governadores, presidentes, ditadores e outros  senhores do poder, para se dirigirem ao povo. A maioria usa um palavreado ostentoso, alguns se perdem numa longa e fastidiosa fala. Há os que preferem prestar contas de seus feitos e também existem os que se apresentam como pais ou mães envolvendo o povo num manto de afeto e carinho.
A grande questão dos discursos é o que está veladamente camuflado pelas palavras do orador. Reeleição? Prestação de falsas contas? Protecionismo? Paternalismo? Eu tenho o hábito de ouvir discursos e a seguir refletir não só nas palavras, mas também no rosto de quem falou. No gestual, na forma com que se dirigiu a mim (sou do povo e, portanto, sou um cidadão para quem aquele discurso foi escrito).
Martin Luther King proferiu um dos mais belos discursos, quando nos anos sessenta diante de milhares de pessoas falou dos seus sentimentos sobre as discriminações sociais. Em contra partida, os inflamados saídos da boca do terrível Hitler, eram assustadores e encantadores para o seu povo. Ele em sua louca oratória convencia que o errado era o certo.
Aqui  no Brasil a era Vargas ficou marcada pelo seu conhecido jargão: “trabalhadores do Brasil”, com o qual ele iniciava a sua falação. Durante o longo tempo da dinastia Vargas, o povão se habituou a ovacioná-lo após esse início discursivo que emocionava e inflamava as massas. Da escola Vargas, mas sem o mesmo brilho, destacaram-se Brizola e Lula.
Outro grande orador foi John Kennedy. Sem usar de grandes artifícios vocais, tinha a seu favor o carisma. Sempre que era colocado num púlpito emocionava por sua simpatia, levando os seus seguidores a acreditar,  que aquele homem, com cara de menino, era confiável.
Gandhy conseguia envolver seu público através do carinho. Era também carismático, mas com o tom pacifista e sua leveza, inspirava confiança e sinceridade em seus propósitos.
Num outro polo, destacou-se Sir Wiston Churchill, que durante a guerra, foi à voz dos ingleses. Sempre firme, o grande estadista, usou a palavra como uma das maiores armas contra as bombas alemãs, levando os ingleses a nunca perderam a fé na vitória.
Nos últimos anos, na América do Sul, o venezuelano Hugo Chávez, foi mais fanfarrão do que um bom orador. Suas aparições cercadas de postura circense escondia uma fraca oratória. Em Cuba, de forma semelhante, o antigo ditador, Castro, transmitiu mais medo do que convicção.
No mundo feminino, algumas mulheres se destacaram e entre elas  Eva Perón, que talvez tenha sido a mais carismática. Além de sua beleza e elegância, conseguia se comunicar com os descamisados, de maneira firme e meiga. Não havia que não se apaixonasse pela bela dama argentina.  Isabelita tentou imitá-la, mas não teve o mesmo sucesso, e a atual Cristina, faz apenas pequenos pronunciamentos, não possui nenhum atrativo pessoal nem vocal. Margareth Thatcher apenas ditou ordens. Indira e Golda buscaram o caminho da paz, sem nenhum destaque no campo da oratória.
Na história os nomes de Aristóteles, Platão e Cícero entre outros, são citados como grandes oradores, porém ninguém será maior e melhor do que Odorico Paraguaçu, com os seus “entretantos” e “finalmentes” tinha sempre uma “solucionática” para cada “problemática” que surgia em sua querida cidade Sucupira.
Vamos deixar os nossos políticos com suas “confabulâncias”, pois o Brasil até as Olimpíadas ainda tem muitos “providenciamentos inauguratícios” para realizar.
Tenho dito!
Obs.: Odorico Paraguaçu ganhou vida através do inesquecível Paulo Gracindo, um dos maiores atores brasileiros.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário