sábado, 30 de agosto de 2014


AS MULHERES DO JÚLIA

Júlia Kubitschek é uma escola da rede pública estadual do Rio de Janeiro, batizada com o nome de uma professora mineira, mãe de um famoso presidente do Brasil.

Seguindo protocolos educacionais, que impediam meninos de estudarem nas escolas especializadas na formação de professores alfabetizadores, o  Júlia apesar de ter sido criado quando esta lei já tinha sido alterada, quase não recebia meninos em seu corpo discente. A  média é de trinta alunas para um aluno. O seu corpo docente também, é composto de um número feminino bem maior que o masculino.

O Júlia é uma escola de mulheres!

Todos os que ultrapassam os portões deste colégio, são absorvidos por um mundo feminino. Por este motivo, há um encantamento nos corredores e salas de aula.

Nos gabinetes, há um perfume agradável, deixando evidente a presença feminina naqueles ambientes.

O Colégio Estadual Júlia Kubitschek é uma Unidade de Ensino diferente das muitas que existem no nosso estado. Creio que as mulheres do Júlia, são as responsáveis pelo bom ensino e por tudo que acontece naquele espaço, desde os jardins até as salas de aula.

Lembro-me do  dia que cheguei para assumir o posto de professor: na coordenação fui recebido por uma professora / coordenadora, que  conduziu-me para a primeira turma em que eu daria aula. Havia aproximadamente umas trinta e cinco jovens, com blusas brancas de mangas compridas e saias azuis. Ao perceberem a presença da senhora coordenadora imediatamente puseram-se de pé.

Confesso que minhas pernas tremiam,  apesar de já estar no magistério  algum tempo, eu ainda era um jovem professor e não tinha experiência com aquele universo.

Após ser deixado a sós numa classe só de meninas, iniciei o que seria uma aula. Pude perceber que os olhos daquelas garotas seguiam-me por todos os cantos da sala e me avaliavam dos pés à cabeça. O suor escorria pelo meu corpo e com muito esforço consegui repetir alguns conceitos de Biologia.

Fui salvo pela campainha, daquele primeiro suplício, porém ainda havia mais cinco turmas, num total de mais de cento e cinquenta olhares femininos esperando por mim.

Em cada grupo, fui acompanhado pela senhora coordenadora e o ritual se repetiu.

Ao final do dia, estava extenuado, apavorado e me questionando se eu conseguiria sobreviver naquele mundo do azul e branco.

Os dias, as semanas, os meses e os anos se passaram e por mais de trinta anos vivi naquele paraíso chamado Júlia Kubitschek. Tive a oportunidade, de viver  grandes emoções e a aprender a valorizar pequenas alegrias que envolve o universo das Escolas que formam Professores. Aprendi  a respeitar aquele universo, onde fiz grandes amigos, que fazem parte da minha vida até hoje.

As mulheres do Júlia são muitas e como num formigueiro executam diversas e importantes missões: as merendeiras, as secretárias, as diretoras,  as funcionárias do serviço de limpeza, as professoras, as coordenadoras, as supervisoras todas funcionando para que meninas e meninos possam se tornar cidadãos de bem. Neste universo também  encontramos as mães, que buscam nesta escola um caminho para conduzir seus filhos.

Neste paraíso, também acontecem pequenas tragédias, perdas, lágrimas situações complexas, mas que sempre são resolvidas ou atenuadas pelas mulheres que não deixam nada sem uma resposta, um carinho, uma palavra de conforto. No Júlia há muitos colos e muitos aconchegos que amenizam grandes problemas.

Eu tive o privilégio de ser um dos poucos homens, professores,  a usufruir de um local onde  Educação é coisa séria!

Edison Borba

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

UMA HISTÓRIA TRISTE!

        Muito já se comentou sobre a situação da saúde pública  no Brasil. Abandono dos pacientes pelo chão corredores dos hospitais,  falta de macas, falta de profissionais, falta de medicamentos, falta de vergonha dos  políticos, falta de respeito para com os seres humanos, mulheres dando a luz a seus filhos em condições precárias e tantos outros desmandos  e tragédias que muitas vezes nos tornamos repetitivos e até parece história inventada.
Quando pensamos que tudo já foi visto  e que o  pior já aconteceu, surgem casos que nos apavoram e entristecem.
Vivemos o momento das campanhas eleitorais e os candidatos sorriem e nos apontam um país sem problemas. Fomos à sede da Copa do Mundo de Futebol e  sediaremos os Jogos Olímpicos em 2016. Obras fantásticas foram e serão executadas enquanto o povo sofre com a seca que se espalhou e já chegou à região sudeste. A maior cidade brasileira, São Paulo, vive ameaçada por uma catástrofe, a falta de água.
A questão dos lixões e tantos outros problemas a serem resolvidos e os candidatos quando se encontram, gastam suas energias com acusações e  brigas de comadre. Não se percebe a vontade de governar um país com povo e para o povo,  os  egocêntricos, continuam olhando para seus umbigos. Confesso que cheguei às lágrimas ao assistir ao debate entre os presidenciáveis. O que se viu foi uma repetição de anos anteriores: as mesmas acusações, os mesmos discursos, as mesmas pessoas deixando claro que não há o que sonhar.
E para agravar mais a minha tristeza, uma notícia no setor de saúde deixou-me perplexo: “os exames que detectam tuberculose estão suspensos no Piauí por falta de material essencial para realização do teste na rede pública”.
As pessoas com sintomas, desta contagiosa doença, terão que esperar até o mês de junho de 2015, para que provavelmente possam realizar seus exames. O PPD está suspenso por falta de material, mas o agente causador da doença continuará agindo, os micróbios não estão sujeitos à burocracia política do país.
E como está a situação nos outros estados? Esse caso tornou-se público porque uma mulher, que buscou o exame, declarou para a imprensa: “
“Eu fui fazer o exame e uma atendente informou que não tinha material para realizar o exame e que isso já tem um tempo.  Segundo ela, a previsão para chegar o material é junho de 2015”, contou.
         Esta é mais uma história triste, das tantas que acontecem no Brasil!
Edison Borba
 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

QUEM VAI PARA DEBAIXO DA TERRA PRIMEIRO?

         Novamente o caso de Bernardo Boldrini, menino de onze anos assassinado pela madrasta, volta a ocupar as páginas dos jornais. Mais provas que comprometem ainda mais  Graciele Ugulini, a madrasta, Leandro Boldrini, pai do garoto  e Edelwania Wirganodick, amiga do casal e colaboradora no hediondo crime.

Vídeos e gravações telefônicas emocionam quem tem o desprazer de ouvir. Em um deles, Bernardo pede por socorro diversas vezes enquanto sofre castigos de sua madrasta, tudo acontecendo na presença do pai. Em outro, fica evidente que Bernardo recebe do pai, alguma droga que o deixa sonolento. Provas vivas, reais, sem questionamentos, porém, a lei garante que todos acusados sejam ouvidos e suas versões sejam analisadas e os advogados de defesa dos suspeitos façam as considerações.

Quem não pertence à área de Direito, fica perplexo diante do que a justiça poderá determinar neste crime. Só de pensar que uma criança, foi assassinada pelas pessoas que deveriam protegê-lo, ficamos com o coração em prantos. Mesmo diante de gravações, imagens e vozes, sem que possa haver contestação, existe a possibilidade que a balança da justiça beneficie os criminosos, dando a eles uma pequena pena ou até mesmo libertando-os.
São pessoas de classe média alta, portadores de diploma universitário e pertencentes a famílias poderosas no estado do Rio Grande do Sul, portanto ...
 Como já acompanhamos situações semelhantes em que os assassinos, hoje, estão em liberdade, não ficaremos admirados se o fato se repetir.
Na gravação apresentada por uma emissora de televisão, além dos gritos do menino Bernardo pedindo socorro, ouve-se claramente a voz de sua madrasta dirigindo-se ao seu enteado: “vamos ver quem vai para debaixo da terra primeiro?”
Hediondo!

Edison Borba

 

 

 

"HORINHAS DE DESCUIDO"

A ONU, através de uma resolução, reconhece que os seres humanos; tem o direito à felicidade, ou pelo menos buscá-la. Será que esse sentimento poderá ser alcançado através de uma imposição legal? Mas o que realmente é felicidade?
Buda, líder religioso assim a define: - “Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela e a vela não será encurtada. Felicidade nunca diminui ao ser “compartilhada”. Para esse grande líder, trata-se de “algo” que ao ser dividido e partilhado não diminui.
Para o francês Voltaire, “é a única coisa que podemos dar sem possuir”. Incrível essa observação. Fica bem claro neste pensamento, que não estamos lidando com algo material.
Porém, analisando a resolução da ONU, percebemos que o decreto parte do princípio, que os habitantes de uma comunidade carente, serão menos felizes do que os moradores de outra, de grande poder aquisitivo. Esse pressuposto não pode ser rejeitado. Existem situações básicas para a espécie humana, que deveriam ser parte integrante da vida de todos. Higiene, educação, saúde, alimentação e moradia digna, são alguns fatores que mesmo não sendo responsáveis pelo sentimento de felicidade, melhoram as condições de sobrevivência de qualquer cidadão, propiciando a manifestação desse sentimento. É difícil ser feliz com a barriga vazia e devendo aluguel.
Aqui no Brasil, já se pensa numa proposta que coloca para o Estado a responsabilidade da felicidade dos cidadãos. Claro, que os seus autores, se baseiam na sobrevivência biológica. Na satisfação de princípios básicos para a manutenção da saúde e do bem estar. Visto dessa forma, essa proposição, apesar de filosoficamente não corresponder à realidade, usa de artifícios para obrigar o País a tratar de forma digna o seu povo.
Mas o que é felicidade? Guimarães Rosa nos diz o seguinte: -“Felicidade se acha é em horinhas de descuido”. Lindo! Não se planeja ser feliz. Esse sentimento surge sem que estejamos esperando por ele. Vinicius de Morais a definiu maravilhosamente: -“A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve, mas tem a vida breve”. Aparece nas horinhas de descuido e quando nos damos conta, já passou. Ela é o caminho e não a chegada. É tão simples e sutil que só a percebemos, quando a perdemos. Está em cada um de nós e não há como descrevê-la. Pode estar no abraço do amigo, no sabor de um chocolate, no beijo apaixonado, na liberdade de pensar ou na conquista de um objetivo. Cada um tem a sua própria forma de ser feliz! É algo que chega sem que estejamos esperando e numa fração de segundos, nos abandona.
Mesmo com contradições, a ONU, através de uma resolução, nos forçou a refletir sobre as diferenças sociais encontradas em nosso mundo. Melhorar as condições de vida de milhões de seres humanos poderá não lhes garantir o sentimento de felicidade, mas pelo menos irá melhorar o caminho a ser percorrido para consegui-la.
E para você? O que é felicidade?
Edison Borba

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ASSUSTADOR!

       É assustador, deprimente e lamentável. Eu assisto aos programas do horário eleitoral, não quero pecar pela omissão, faço questão de ver e ouvir a voz e os planos de cada candidato. Cada dia que paro e vejo aquele desfile pela tela do meu televisor, convenço-me que está difícil, muito  difícil escolher. Há de tudo, para todos os (mau) gostos, principalmente no grupo que pretende uma vaga de Deputado.
É constrangedor vermos homens e mulheres, repetindo palavras, que eles nem sabem o real significado. Papagaios treinados para emitir estranhos sons. Algumas palavras são preferidas pelos candidatos: saúde e educação. Eles oferecem para os eleitores saúde e educação como algo que poderia ser comparado em latas ou em caixas, nos mercadinhos da cidade. Oferecem segurança como se para cada cidadão houvesse um policial.
Alguns gritam, outros cantam. Há os que juram por Deus, usando o seu santo nome em vão. Juram pelas almas de suas mães que irão ajudar os professores, médicos, garis, taxistas, motoristas e todos os trabalhadores do estado do Rio de Janeiro.
Quanto mais se aproxima o dia 5 de outubro, mais tenso eu fico, tentando achar uma agulha no palheiro, separar o joio do trigo, encontrar honestidade e sinceridade nas propagandas dos candidatos. É patético, ouvir: eu farei! Eu faço! Eu já fiz!
Às vezes pergunto-me:  onde estavam, tantas  figuras exóticas?
Impossível crer nas bobagens e baboseiras expelidas pelas bocas dos representantes dos mais variados partidos!
  Tentei ouvir através do rádio, sem a presença das imagens, pensando que seria mais suave e crível apenas escutar, mas foi em vão. Tudo continuou apavorante!
Continuo acreditando que até o mês de outubro, conseguirei encontrar aqueles que merecerão meu voto. No momento está complicado, difícil  fazer a escolha. Alguns rostos são conhecidos de outros anos. Outros são conhecidos por serem profissionais da música, teatro, jornalismo, futebol  ou pertencer a algum grupo religioso. Estes tentam usar suas imagens para obter um salário melhor. Personagens que estão esquecidos pelo público e, portanto,  encontrarão na política uma forma de melhorar de vida.
Tenho ainda alguns dias para uma decisão, que poderá ser fatal e  condenar-me a um período de quatro anos de sofrimento.
É assustador!
Edison Borba
 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

COMUNIDADES

        O termo comunidade, no dicionário significa um espaço onde as pessoas de vários lugares vivem. Também pode ser definida como grupo de pessoas com interesses comuns, exemplo: comunidades científicas.
Essas e outras definições podem ser encontradas, porém todas levam a grupos de pessoas que convivem em torno de interesses comuns.
Atualmente, esta  palavra  ganhou importância e  bairros e favelas foram substituídos por comunidade. No Rio de Janeiro, em especial, convivemos diariamente com informações e notícias envolvendo comunidades pacificadas e não pacificadas. Rocinha, Alemão, Pavãozinho, Santa Marta, Serrinha, Mangueira entre outras ocupam diariamente as páginas dos noticiários.

São as comunidades horizontais que se espalharam por grandes espaços, algumas chegando às alturas, desenhando na cidade verdadeiros presépios, onde grandes labirintos precisam ser atravessados para que os moradores consigam encontrar suas casas.
          Porém, existem as comunidades verticais, os altos edifícios, acumulados em espaços determinados e conhecidos como condomínios. As comunidades das classes A, B e até C, foram batizadas com outro nome, mas, o seu funcionamento é o mesmo das outras, as horizontais. Um grande número de pessoas ocupando uma mesma área e dividindo os mesmos problemas e interesses. Analisando os acontecimentos destes grupos, percebemos que entre seus moradores também existe situações entre os vizinhos envolvendo animais, ruídos, festas, limpeza, manutenção e outros problemas bem semelhantes aos que acontecem na Rocinha, Mangueira entre outras. A grande diferença está no poder aquisitivo, nas roupas, nos móveis e eletrodomésticos. Provavelmente a troca de ofensas acontece com o uso de um vocabulário mais sofisticado, mas as atitudes são bem semelhantes. Adolescentes pouco educados, crianças que fazem barulho, babás e as famosas fofocas, contas atrasados, e muito mais que não é divulgado, como em outros grupos. Na verticalidade dos prédios, o que acontece fica abafado pelas portas dos apartamentos, alguns de altíssimo luxo.
         Talvez, algumas situações que acontecem nas comunidades verticais, fazem com que elas cruzem seus caminhos com a população das horizontais.
Uma vendendo, a outra consumindo.
Uma ganhando dinheiro com o brilho a outra tentando brilhar a qualquer preço.
Uma perseguida pela polícia, na outra a polícia não entra.
Uma dançando o funk, a outra se disfarçando para ir ao funk.
Numa, fazer fumaça, é vício na outra é divertimento.
Numa as periguetes são famosas, na outra as famosas são periguetes.
         E assim, passo a passo, os dois grupos seguem caminhos paralelos, horizontal ou vertical, favelas ou condomínios, “é”  tudo comunidade.
Edison Borba
 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

DUAS DAMAS E UM VALETE

 Façam seu jogo senhores e senhoras, a sorte está lançada, na mesa sobre o pano verde, entre as 52 cartas do baralho, destacam-se duas Damas e um Valete. Todos lutam para conquistar o direito de serem coroados reis, não importa o grupo: ouros, espadas, copas ou paus o que todos querem é apoio e a liderança no jogo.
Durante a partida, alguns blefam, escondem cartas nas mangas dos casacos e sonham  obter o coringa e assim dominar o jogo. É necessário ser um às, nas jogadas e conseguir fazer não só seus oponentes,  mas todos que estão em torno da mesa, acreditarem, naquilo que não podem ver. O bom jogador sabe enganar, ou blefar, levando-nos  para situações difíceis de ser desvendadas, sobre as suas  reais intenções.
Com as cartas nas mãos, e tendo o cuidado ao desvirar as que estão sob o feltro, os competidores, sabem que a sorte pode levá-los a desvirar ou descartar valores altos ou baixos e desta forma, perder ou ganhar a rodada.
Pela primeira vez, na banca Brasil, a mesa está constituída principalmente por duas Damas e um Valete, apesar de existir outros competidores, apenas esses três, possuem as melhores cartas e oportunidades.
Os embaralhados jogos brasileiros, sempre se caracterizaram  como combate para homens. Mesas ocupadas por “malandros” capazes de fazer girar as rodadas por muitas horas. Mas, sempre um homem era o vencedor. Foram anos, até que uma Dama, ajudada por Valetes, que tinham sido Reis, foi à vencedora.
Durante quatro anos, ela dirigiu o jogo, porém sempre tendo ao seu lado um antigo Rei, que ainda sonha em sentar novamente no trono. Ela reinou, sempre com seu manto vermelho, assinalando a marca registrada de seus companheiros de mesa.
Uma nova rodada foi aberta, e para surpresa e por mão do destino, um dos jogadores saiu tragicamente da mesa e o jogo sofreu uma grande virada: hoje, estão disputando a coroa, duas Damas e um Valete.
O povo está apostando, alto neste jogo, infelizmente por mais que tente, não consegue se livrar dos blefes e das “maracutaias” que acontecem “por baixo do pano”. Muitos naipes infiltrados  manipulam as jogadas e tornam difícil saber qual jogador é mais honesto e joga limpo, sem usar de falsas estratégias.
Em outubro este jogo poderá ser encerrado, mas existe a possibilidade de um dos três jogadores sair e numa segunda rodada, com certeza, teremos pelo menos uma Dama. Quem será?
Edison Borba

IMPLACÁVEL TEMPO!

         A humanidade sempre teve a necessidade de controlar o tempo. Os pesquisadores encontraram máquinas controladoras do tempo em antigas civilizações, uma delas  o relógio de sol, que provavelmente foi criado o pelos egípcios. Ampulhetas, relógios mecânicos, de bolso, com pêndulo, os cucos, carrilhão, os de parede e os relógios de pulso, tão usados até hoje.

O Big Ben é uma referência em todo o mundo. Ele é um dos responsáveis pela pontualidade britânica.

Não podemos esquecer os “terríveis” despertadores, que durante anos, acordaram muitos trabalhadores. Seu barulho estridente expulsava da cama os mais sonolentos.

Atualmente os digitais ocupam um grande espaço na sociedade e para os homens mais poderosos os da marca “rolex” é sinônimo de poder.  

Mas, o tempo é implacável! Podemos apenas marcar a sua passagem, sete horas e um minuto não são mais sete horas, este pequeno espaço de tempo (um minuto) poderá ser marcado por um grande acontecimento ou catástrofe.

Não há como voltar, não há como refazer, apenas remendar ou fazer de novo, o que jamais será da mesma forma.

No mundo feminino, mais atingido pela vaidade, as cirurgias plásticas tentam segurar o tempo nos rostos e corpos de muitas mulheres. Infelizmente, para algumas   as rugas seriam mais belas do que as horrendas máscaras que não trazem a juventude, apenas disfarçam aquilo que o tempo assinalou.

É interessante, folhear um álbum com fotografias e vermos o tempo passando e deixando suas marcas, algumas nos trazem recordações ruins, porém, quando a vida transcorreu dentro das expectativas, o que se pode ver são sinais, que descrevem a nossa vida.

Importante não misturar tempo de vida com doença, que são períodos em que o organismo perde seu equilíbrio e estabilidade.  Essas etapas contribuem com marcas não desejáveis. Porém quando nos detemos nas imagens de uma criança ao nascer, depois em seu primeiro aniversário, os quinze anos e idades seguintes, sentimos o prazer de ver o tempo revelar pessoas maravilhosas, lindas e que  nos fazem acreditar que vale a pena deixar o tempo seguir seu caminho.

Meu relógio assinalou zero hora, portanto o hoje já chegou e  com ele,  boas e grandes surpresas!

Edison Borba

domingo, 24 de agosto de 2014

ELEIÇÕES – UM SÉRIO MOMENTO!

         Estamos próximos a fazermos uma séria escolha: vamos entregar às chaves  do nosso país, dos nossos lares e dos nossos corações à homens e mulheres, a quem confiamos por suas palavras  e discursos. Ouvimos as promessas e currículos dos candidatos, também somos obrigados a ouvir acusações entre eles, onde através do dedo apontado para os erros dos outros, o acusador se sente “puro” e isento de pecados. Todos os que pretendem ocupar os cargos políticos, nos apresentam “certezas (??!!) das suas ofertas, transformam-se em deuses onde da mesma forma que o rei Midas, em tudo que tocarem haverá ouro.
Se  estes homens e mulheres seguissem apenas os dez mandamentos, aqueles que Deus um dia entregou a Moisés, nós teríamos nossos corações apaziguados e o medo de estarmos deixando a nossa vida, dos nossos familiares e amigos nas mãos de um inimigo, cessaria. Dormiríamos em paz e não com o medo da traição.
Para dirigir uma pátria dignamente é necessário sinceridade, honestidade, ética  ser despojado da vaidade e ambição. É necessário não usar o nome de Deus em vão. É amar o próximo com amor verdadeiro. É respeitar as crianças e os idosos, é saber dividir o pão e respeitar o povo, o seu povo e amar a sua Pátria. É ser despojado e viver como um cidadão comum, deixar a riqueza e os palácios e caminhar junto com a população. Impossível governar encastelado e não sentir na pele a dor e o sofrimento dos hospitalizados, encarcerados, analfabetos e desempregados. É ser e se comportar como uma família comum, encarando a “governância” como um trabalho e não como um cargo. É ter a consciência de que o salário recebido é pago pelos cidadãos de todo o país.
É preciso não fazer do governo um comércio em que a vida humana, a vida animal e a vida vegetal sejam comercializadas e trocadas por alguns reais. É necessário, amar e respeitar a natureza; deixar os palácios   reunir o povo em qualquer lugar e sem palavras complicadas e de forma simples saber ouvir o povo. É ter consciência, que seus atos terão consequências duradouras e atingirão outras gerações e que nossos descendentes precisam encontrar dias melhores que os nossos.
Ser político, presidente, governador, prefeito, deputado ou vereador é se revestir da responsabilidade e como Cristo doar até o sangue, se for necessário, em prol da união, da paz e da felicidade de seus irmãos – eleitores.
Para conseguir a confiabilidade do povo é preciso se despojar do “EU” e viver em “NÓS”, ser como o soldado desconhecido, onde no túmulo não há seu nome, mas a sua luta e amor pela sua pátria.
Edison Borba

sábado, 23 de agosto de 2014

DROGAS E EDUCAÇÃO

        A polícia do Distrito Federal,  prendeu uma quadrilha de traficantes que agia próximo a uma escola pública. Após alguns meses de investigação, os ”jovens” donos da boca foram detidos. A quadrilha agia no espaço  escolar,  próximo ao prédio da instituição  e também da biblioteca. Crianças e adolescentes usando drogas num local que deveria ser para o desenvolvimento da inteligência e  aprendizagem que os conduzissem ao universo dos bons cidadãos.
Alguns alunos entrevistados informaram que o tráfico também acontece dentro da Unidade Escolar. Durante o recreio, nos banheiros e até corredores o produto é comercializado.
Não podemos culpar a Direção e nem os Professores que trabalham nesta escola, eles também são vítimas de um trágico fenômeno que já chegou aos lares, escolas e até igrejas. Nas grades e pequenas cidades, capitais  e interior do país a droga se infiltrou e como uma semente, germinou e cresceu formando uma  árvore de frutos venenosos. Uma epidemia difícil de ser tratada, uma guerra que só terá êxito se toda a sociedade se unir.
Esta escola do planalto central do Brasil é apenas uma entre muitas outras onde o trágico fenômeno também já está disseminado. A organização das quadrilhas tem se mostrado eficiente e usando de uma inteligência maligna, tem conseguido ocupar espaços que até pouco tempo eram considerados inexpugnáveis.
A mídia, os meios de comunicação, infelizmente tornaram-se vias facilitadoras desta catástrofe para a espécie humana. O Brasil, infelizmente, ainda tenta imitar outros povos, cuja organização política, social e educacional está bem mais adiantada que a nossa. O que é bom para eles não é bom para nós. Questões como dimensões geográficas, situações ecológicas, diferenças sociais, educação, saúde, má distribuição de renda além de outros fatores, ajudam ao fortalecimento e uso de drogas. Apesar destas questões, pessoas formadoras de opinião, como: políticos, atores, atrizes, artistas entre outros, teimam em ajudar a disseminar algo, que para eles é puro divertimento, enquanto para o povo é tragédia.
É lamentável sabermos que nossos jovens, nossas escolas e nossas famílias estão cada vez mais perdendo espaço. A droga avança rapidamente. Novas cracolândias surgem sem que as autoridades consigam deter o problema. E que apesar desta trágica situação, ainda tenhamos que ouvir que vale a pena “deixar rolar”.
Cada criança, cada jovem que se perde para o mundo das drogas é menos um cidadão de bem, é menos um trabalhador, é menos um cérebro para o Brasil
Edison Borba

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SEM NOVIDADE NO FRONT

         Em 1930, o cinema assistiu a um grande filme: “Sem Novidades no Front”. Estudantes movidos pelo patriotismo se apresentaram como voluntários para lutar durante a Primeira Guerra Mundial. Inocentes e sem preparo, eles sentem na pele o verdadeiro horror da guerra. Um filme realista, que deixa evidente a loucura que são as guerras ou qualquer outro tipo de agressão ao ser humano.
Talvez, seja um exagero comparar o tema de uma obra de arte, com o que vem acontecendo no Rio de Janeiro. Após anos da implantação das UPPS, algumas comunidades continuam sofrendo com embates entre quadrilhas rivais e com a polícia. Infelizmente, alguns agentes da lei, são acusados de causar a morte de cidadãos, talvez pela imperícia e despreparo para enfrentar essa guerra.
O ano de 2014, tem sido marcado por uma violência  constante, assaltos, furtos, crimes nas comunidades pacificadas, no asfalto e nos bairros, em nenhum lugar a população sente-se segura. Diariamente morrem brasileiros, sejam eles criminosos, traficantes, policiais ou trabalhadores. Homens, mulheres e crianças que tombam sob as balas disparadas pelas mais diversas armas.
O povo, ainda muito cedo diz adeus à inocência. Conviver com o perigo fez algumas escolas, incluir  treinamento para proteção contra as balas perdidas.
Vivemos num “front” onde a batalha não tem fim!
Só para não esquecer, as eleições estão chegando e o que se assiste nas propagandas eleitorais é uma rede de promessas que não serão cumpridas, mentiras,  candidatos sem a mínima lisura apresentam obras que nunca foram realizadas e projetos falidos.
Estamos sobrevivendo “sem novidade no front” e como os soldados, despreparados para enfrentar as novas tragédias que virão caso nós brasileiros, continuemos a indicar para o poder homens e mulheres que fazem da política uma guerra, em que o povo continua sendo as vítimas.  
Edison Borba

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

SÁUDE PÚBLICA NO BRASIL: VERGONHA!

        Um telejornal de uma famosa Emissora de Televisão brasileira, há dois dias  apresenta matérias sobre os atendimentos hospitais públicos do Distrito Federal. Outras Emissoras também há tempos fazem reportagens sobre a saúde pública nos diversos estados da União. O que temos assistido é pior que filme de terror.
Ontem um Secretário de Saúde, colocou a culpa nos doentes, afirmando que todos procuram atendimento durante a noite. O engravatado Senhor, determinou que ninguém no Distrito Federal, onde está localizada Brasília, fica proibido alguém adoecer após às dezoito horas.
Hoje, 21 de agosto, o problema estava em localizar a relação de profissionais plantonistas. Em vários hospitais, nenhuma lista e ninguém sabia que deveria estar de plantão. As salas de espera lotadas de adultos, idosos e crianças atordoadas sem saber quando e por quem seriam atendidas. As equipes de jornalistas não conseguiram respostas.
Estamos ouvindo os candidatos se apresentarem no horário da propaganda política e todos falam em saúde educação. Palavras apenas palavras. Há anos ouvimos dos mais variados governos promessas nunca cumpridas.
Vergonha! Que vergonha para um país que gastou bilhões de reais na construção das arenas para a Copa do Mundo de Futebol e continua na farra financeira na preparação para as Olimpíadas.
As campanhas políticas de cada candidato também custa milhões e quem irá pagar a conta da festa é o povo.
Cada faixa, cada horário comercial ocupado nas redes de televisão e rádio, cada coluna em jornal e revista será cobrado de cada cidadão. As maracutais irão continuar. Os cargos políticos passam de pai para filho deixando claro que o Brasil continua um país de coronéis.
Hoje, uma cidadã brasileira no Distrito Federal, ao ser entrevistada por uma jornalista, a mulher que carregava ao colo uma criança, simplesmente falou:
“A gente chora esperneia, mas a gente tem que ser forte!”
Haja coração para aguentar tanta tristeza!
Lamentável!
Edison Borba

LIBERA A MOITA CAPIVARA

          Os profissionais da propaganda são responsáveis por momentos inesquecíveis. Eles são capazes de colocar em nossas memórias mensagens, que se eternizam. Muitas vezes, um comercial vale mais que alguns programas de rádio ou televisão; são divertidos, bem dirigidos e com mensagens que atingem ao ouvinte, leitor ou telespectador de maneira tão direta que os elegemos como nossos preferidos.
Até hoje, quando queremos dizer que uma família é “legal”, que entre o casal e os filhos tudo vai bem, citamos um comercial de margarina. E aquele que afirmava: “o primeiro sutiã a gente nunca esquece”? É inesquecível!
O cinema foi alvo de um Hortifruti, que passou meses usando filmes, como: “O Quiabo Veste Prada”, “A Hortaliça Rebelde” , “Couve-flor e seus Dois Maridos”, “Berinjela Indiscreta” e tantos outros legumes, frutas e hortaliças que mexiam em nossa memória, fazendo-nos ter lembranças de filmes que nos encantaram.
O autor dos out.doors brincou com o imaginário do público, usando uma linguagem implícita para chegarmos ao explícito, comprando o produto no mercado anunciante.
São tantos comerciais, anúncios e reclames bons e de épocas diferentes que podemos organizar a história através deles.
Quem usou o bonde como meio de transporte não esquece:  “ilustre passageiro, o belo tipo faceiro, que usava o Rum Cresotado”, a Antisardina, o Regulador Xavier e tantos outros que distraiam os passageiros durante a viagem
“Bonita camisa Fernandinho” marcou época, como o sabonete Eucalol e o creme dental Kolynos. A Vasp e a Varig,  nos ajudaram a voar pelo Brasil, através de seus comerciais. E quem queria abastecer o carro tinha que optar entre a concha e o tigre. Quando o frio batia em nossa porta, as Casas Pernambucanas estavam protegendo-nos, não deixando o frio entrar. Os pais não conseguiam esquecer a Caloi, ela estava em todos os espaços da casa e quando a campanhia tocava só podia ser uma revendedora da Avon.
E assim, os anos passam e os comerciais se eternizam, graças ao talento de gente capaz de inovar e criar  frases, jingles e imagens que se fixam em nossa memória.
Atualmente o riso está ajudando a uma empresa de vendas através de comerciais bem humorados que divertem quem os assiste. Após a cômoda do quarto do casal, a bicicleta, o carrinho de bebê, a bateria e do som estamos nos divertindo com uma antiga “cristaleira” de um jovem casal. Rogéria, famoso ator travesti, está nos alegrando com o “libera a moita capivara”.
O anunciante deve estar fazendo bons negócios!
Edison Borba

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ENQUANTO ISSO ...

O sol aparece entre nuvens anunciando um novo dia. É quarta – feira, dia 20 do mês de agosto, alguns passarinhos teimam em cantar nas poucas árvores que ainda existem no Rio de Janeiro. Enquanto isso ...
- Tiros entre a polícia e traficantes assustam cidadãos que usam a estrada Grajaú Jacarepaguá.
- Em São Paulo, grevistas da USP, enfrentam as forças policiais, causando sério confronto, deixando os que se dirigiam ao trabalho.
- Em Santa Catarina uma quadrilha que falsificava leite, usava até soda cáustica no alimento mais comum entre as crianças.
- Aqui no Rio de Janeiro a família de uma jovem morta por bala perdida enterrava seu corpo, chorando mais um crime que ficará sem solução.
- Outro confronto em outra comunidade do Rio de Janeiro está acontecendo neste momento.
- Em Araruama, morre a primeira vítima da gripe aviária. Outro paciente está em observação.
- O ex-médico Abdelmassih é preso e provavelmente deverá cumprir a sua longa pena, pelos crimes cometidos, incluindo má formação de bebês.
- A população brasileira continua tentando achar explicações para a queda do avião que vitimou o candidato à presidência da república brasileira, Eduardo Campos.
-A seca continua ameaçando a região sudeste. Na região nordeste ela, a seca, já faz parte do patrimônio histórico do Brasil.
E assim, começamos mais um dia no Brasil, com 14.071 pessoas aguardando na fila de espera para conseguir uma cirurgia no Hospital de Ortopedia do Estado.
Milhares de cidadãos caminham para os seus trabalhos, crianças para as escolas, donas de casa iniciam suas tarefas e a vida segue normalmente.
Enquanto isso ...
 Edison Borba

terça-feira, 19 de agosto de 2014

BARBÁRIES NAS UNIVERSIDADES - TROTES?

         Os dicionários informam que trote, significa  brincadeira, travessura e nas universidades uma forma alegre de recepcionar os novos estudantes, os calouros. Porém, o que temos acompanhado nos últimos anos é a transformação da travessura e alegria em vandalismo, violência, ridicularização, preconceito e até assassinatos. O que torna a situação ainda mais grave é a omissão das reitorias e dos mestres que atuam nas instituições onde as atrocidades acontecem. Apesar dos casos tornarem-se públicos, serem noticiados em jornais revistas e telejornais, o silêncio e a indiferença são uma constante. Nada é feito para punir os malfeitores, que travestidos de universitários, dão vazão aos seus instintos animalescos. É horrível imaginarmos que esses monstros um dia serão médicos, engenheiros, nutricionistas, professores, enfermeiros e outros profissionais diplomados, pelas mais respeitadas instituições do país.
É constrangedor imaginarmos que em 1999, o estudante Edison Tsung Chi Hsueh, calouro da Faculdade de Medicina da USP, foi encontrado morto após um churrasco de boas vindas, no Campus Universitário e até hoje o seu assassinato não foi apurado devidamente.
Na Faculdade de Medicina da PUC, em Sorocaba, veteranos atearam fogo no corpo do estudante Rodrigo Favoretto Peccinini. O caso foi arquivado e os monstros continuaram a frequentar as aulas normalmente.
Em Leme, no interior de São Paulo, o estudante Bruno César Ferreira, entrou em como alcoólico depois de ter sido obrigado a ingerir grandes quantidades de bebidas alcoólicas durante um trote. Além da situação de alcoolismo, o jovem também foi espancado.
            Na UNIFEUB (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos), sete estudantes foram agredidos por veteranos com o produto químico: criolina. Os estudantes tiveram seus corpos queimados pela substância química. O caso que aconteceu em fevereiro de  2010, foi arquivado.
            Em Fernandópolis, interior de São Paulo, também em 2010, um calouro de 18 anos foi agredido fisicamente e obrigado a ingerir etanol. Mais um caso que foi parar no arquivo.
            Na UNESP (Universidade Estadual Paulista) um trote conhecido como “Rodeio das Gordas”. A violência consistia em agarrar calouras, de preferência as mais gordinhas, e simular um rodeio, subindo sobre a vítima. Este  triste e criminoso acontecimento aconteceu numa Instituição respeitada de São Paulo em 2010.
            Em Brasília, veteranos da Faculdade de Agronomia e Veterinária (Universidade de Brasília) obrigaram as calouras, lamberem uma linguiça , encapada com uma camisinha,  e coberta com leite condensado. Este deprimente acontecimento aconteceu em 2011, numa sessão de humilhação e constrangimento. Nenhuma providência foi tomada.
            Baldes com fezes de animais  foram atirados sobre os calouros da UNIVAST (Universidade Federal do Vale do São Francisco). Os jovens estudantes estavam amarrados uns aos outros e o caso também foi ignorado.
            Em Bagé, RS, um calouro de 17 anos foi encontrado pela mãe, abandonado em uma praça da cidade em coma alcoólica após ser obrigado a ingerir bebida alcoólica numa festa para calouros produzida pelos alunos de engenharia de produção da Unipampa (Universidade Federal do Pampa). A universidade prometeu investigar o caso.
            Outros casos de terrorismo, travestido com o nome de trote, aconteceu em várias Universidades do Brasil. Uma vergonha para as instituições e um ultraje para as famílias das vítimas. Instituições repletas de Mestres, Professores, Doutores e Pesquisadores não podem admitir que cenas como estas  continuem a acontecer.
             Em 2011, uma jovem caloura foi estuprada ao participar de uma festa tradicional da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), desde o ocorrido a estudante busca por uma solução, e uma forma de punir o bandido, mas até hoje nada foi providenciado.
            Até quando as Instituições se manterão omissas?
Edison Borba

DOLOSO OU CULPUSO?

          Diariamente nos deparamos com situações que nos deixam em dúvida com as Leis e a Justiça.
Domingo, dia 17 de agosto, um homem de 67 anos morreu atropelado quando praticava corrida numa pista específica  esporte. Ele e mais quatro pessoas, entre elas um mulher grávida foram atingidos e atropelados por um carro dirigido por um motorista que estava bêbado.
Mesmo com Copa, Rio tem número menor de multados pela Lei SecaEste é mais um caso, em que uma pessoa que dirige embriagada e provoca acidente com morte é levado até a delegacia, paga  fiança sendo liberado.  Diversos casos como este são registrados e  diariamente, os assassinos estão soltos , e a vida humana custa barato: apenas o valor de uma simples  fiança. A maioria destes  casos são registrados como culposos e não dolosos, deixando claro, que beber e dirigir não significa nada, colocando a Lei Seca, numa situação ridícula.
Buscando as definições em livros que tratam do assunto, fica esclarecido que no homicídio doloso, o agente do problema quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, enquanto que no culposo, o agente foi apenas imprudente, negligente ou por imperícia causou o problema.
Entendendo a Lei: um indivíduo pode ficar embriagado, dirigir, matar, machucar, destruir sendo julgado apenas por imperícia e negligência, o cidadão ignorava que o carro é uma arma que mata, destrói, machuca e dilacera corpos e corações e que bebida alcoólica diminui os reflexos, deixando o condutor sem condições de dirigir.
Talvez eu seja bastante ignorante quanto às questões legais, não sou advogado, nem delegado e nem juiz, porém eu sei que dirigir um carro em estado de embriaguez eu poderei morrer e matar. Sou um cidadão consciente e como tal também sei que manusear uma arma poderá causar a morte de alguém.
Mas, também sei que posso me embriagar e se eu não for parado numa “blitz policial”, estou livre para matar, assassinar, destruir e sair feliz para cometer novos acidentes, basta que eu tenha algum dinheiro na carteira para pagar fiança.
Quanto à vítima? Lamento muito, mas ...
Edison Borba
 
 
 

 

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

         O mundo está ao alcance dos nossos dedos, basta apertar uma tecla para sabermos o que está acontecendo agora, em tempo real, o que  se passa no planeta. Os telefones celulares e os smartphones carregam informações nos bolsos e bolsas, de forma inteligente, encurtando distâncias e permitindo  acesso à internet em qualquer lugar em que estejamos naquele momento.  
Ir ao mercado está ficando “coisa” do passado, sem sair do  conforto de nosso lar, podemos comprar roupas, remédios e muitos outros produtos que serão entregues em nossa casa sem que  precisemos derramar uma gota de suor.
As facilidades também chegaram às agências financeiras, sem precisarmos sair da nossa poltrona, movimentamos conta, fazemos investimentos e resolvemos muito mais questões, através das comodidades que os banqueiros nos oferecem.
As redes sociais, os sites, emails e outros sistemas de comunicação estão nos permitindo ter milhões de amigos, enviar para eles abraços e beijos virtuais. Fazer contatos físicos está ficando cada vez mais fora de moda. Nada de olho no olho, pele na pele, ouvir a voz, abraçar  e sentir o calor  do corpo do amigo.
A cada dia estamos vivendo em redomas confortáveis e frias, isolados dos contatos,  usufruindo de um novo “jeito de ser” neste fantástico mundo novo.
Porém, apesar de toda esta incrível tecnologia,  continuamos insatisfeitos. O índice de pessoas com depressão aumenta diariamente. Crimes, roubos, furtos, desobediências às leis, a busca pela droga  está sendo cada vez mais rotineiro.
Alguma coisa,  muito importante está faltando para o homem moderno, que a alta tecnologia não está conseguindo suprir.
Sentamos diante do  computador e nos conectamos com o mundo, celulares, samartphones além do tradicional telefone fixo. Temos email, twitter, blog e tudo que um ser atual pode possuir, mas ainda assim estamos solitários.
Enviamos mensagens, postamos fotos, recebemos torpedos, mantemos uma agenda repleta de compromissos que não preenchem a nossa vida. Cada vez mais divulgamos nossas intimidades nas redes sociais, particularidades que antes ficavam guardadas em nossos baús de segredos ou então, só eram ditas aos amigos fiéis ou nas salas dos analistas.
Acumulamos milhares de fotos, e não conseguimos ver com “olhos” do cérebro   nenhuma delas. Escrevemos centenas de recados nenhum é realmente importante. Acumulamos “amigos”, mas não sentimos amor real por nenhum.
Lotamos nossa caixa de mensagens e nosso coração continua vazio!
Admirável mundo novo! Máquinas substituindo os homens e os homens se comportando como máquinas.
Admirável mundo novo do qual faço parte e percebo que pouco a pouco, estou me transformando em alguma coisa que eu ainda não sei o que é.
 Admirável mundo novo?
Edison Borba