quinta-feira, 31 de março de 2016

OS CANTARES DE MINHA MÃE!

Ainda lembro, parece que foi ontem

Minha mãe cantando, durante os domésticos afazeres

No tanque ou no fogão, havia sempre uma canção

Para as horas de tristeza era Dalva de Oliveira

Com suas letras chorosas, que faziam de minha mãe

Uma intérprete maravilhosa!

Também cantava Ângela, com direito aos agudos
Com lágrimas rolando em seu rosto
Cantava “Ave Maria”!

De Noel, “Os três Apitos”, que conta a história
Do boêmio e da operária, que se cruzavam na esquina
Ela, sem meias, indo para o trabalho e ele voltando da farra
Ela, uma operária. Ele, uma ave gregária.

De Elizete, eram os clássicos, de letras longas e lindas,
Como aquele que dizia, que havia um chão de estrelas
O barracão de zinco, no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro

Quando o carnaval chegava era Emilinha quem brilhava
“Se a canoa não virar” e a “Chiquita bacana”
Alegravam nossa casa, que ficava repleta de amor
Com os  lindos cantares minha mãe
Mulher forte e guerreira alegrava a todos
Exemplo de brasileira, que amava esta nação

Com ela aprendi, o prazer de cantar
Ter alegria na vida, sonhar e acreditar
Não perder a esperança e ser sempre feliz
E foi com ela também, que aprendi nosso Hino
Em casa devagarinho, me ensinando aos pouquinhos
Verso a verso com amor,

Ela dizia: cante forte com fervor,
Erga a cabeça, tenha orgulho, deste nosso chão
Vamos saldar nossa Pátria, nossa Terra nosso Lar
Nossa querida Nação, que sempre devemos amar!

Obrigado, mãe!
Edison Borba

 

quarta-feira, 30 de março de 2016

ANIMAIS PRISIONEIROS!


 

Sou absolutamente contra a prisão de animais para exposição em circos e zoológicos. Lugar de animal é na natureza, em seu habitat e protegido de qualquer invasor, caçador e malfeitor. Felizmente, a maioria dos circos em todo o mundo não utilizam mais animais para exibições. Porém, infelizmente, os Jardins Zoológicos ainda persistem para que nós os humanos, animais racionais, possamos visitar, rir, debochar e muitas vezes humilhar os presidiários dos zoológicos.

Como ainda é muito complicado a extinção dos zoológicas, que pelo menos eles sejam espaços condizentes com a vida e a saúde dos seus “prisioneiros” animais. Alimentação adequada, espaços bem cuidados, limpos e preservados das insanidades de alguns visitantes. Agindo dentro destes parâmetros, a prisão torna-se menos cruel.

Aqui no Rio de Janeiro, existe um antigo Jardim Zoológico, situado no parque Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristovão, lamentavelmente o que temos é um campo de concentração para os animais que se encontram presos em tal espaço. Impossível não pedir o fechamento imediato deste local.

Abandonado pelas autoridades competentes, o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro encontra-se em péssimas condições, da mesma forma que os hospitais e escolas. Infelizmente os bichos mantidos em cativeiro, não podem gritar, fazer passeatas e queimar pneus interditando ruas, eles dependem da nossa ação.

Não podemos deixar que os poucos animais que ainda sobrevivem neste local sejam definitivamente dizimados.

S.O.S. para o Jardim Zoológico da Cidade Maravilhosa!

Edison Borba

ABRAÇO NÃO É AMASSO!

Abraço é carinho é ternura

Amasso é apenas aventura

Abraço é atitude verdadeira

Amasso é ação passageira

Abraço é amor aconchego

Amasso é calor sem apego

Se perguntarem pra mim

O que eu quero agora

Responderia: um abraço

Daqueles bem apertado

Que a gente fica de rosto colado

Sentindo os corações

Batendo em sintonia

Numa uníssona harmonia

Das orquestras

Quando tocam sinfonia

Quero sentir-me acolhido

Pelos braços de alguém

Pode ser de amor ou até de um amigo

Mas tem que ser O abraço

Sem pressa de “se soltar”

Daqueles que a gente se sente

Totalmente protegido, amado e querido

E depois “que nos soltamos”

Continuamos sentindo

As forças da amizade

Para depois que partimos

Lembrarmos com terna saudade!

Edison Borba

terça-feira, 29 de março de 2016

OS LÁBIOS DA MADAME!

Espelho; espelho meu, tem alguém mais bonita do que eu?
E o espelho safado, malandro que ele só, diz bem baixinho
Tem sim! Você já foi bela, menina, mas agora já foi vencida
Seu corpo precisa reforma, sua boca restauração
Se eu fosse você, fazia logo operação!
A vaidosa mulher, com o coração a pulsar, marcou consulta
Com médico, para se cuidar, se reformar e reciclar
Tira daqui põem ali, corta e recorta essa pele, espicha o olho pra cima
Depois de tanta injeção, silicone, botox e outros produtos químicos
Ingeridos e injetados, a bela dama toda recauchutada,
Voltou a perguntar: espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?
O esperto objeto, malandro como ele só, deixou a moça bem louca
Quando lhe disse baixinho:  tá bonita mas falta a boca!
Seus lábios estão embutidos, precisam ficar maior,
Para você, encontrar um moço lindo, um primor, para ser o seu amor
Precisa renovar a boca, o seu lábio aumentar, e então poder beijar
A mocinha descontente, mas de coração valente voltou ao hospital
Doutor, querido Doutor, eu quero ter um amor
Minha boca é pequena, meus lábios muito finos, e eu preciso beijar
Beijar muito e amar, um príncipe encantado, que logo virá me buscar
Em seu cavalo alazão, mas com essa boca, ele não vai gostar não.
O Doutor de imediato, colocou a moça na maca e levou pra cirurgia
Seringas e botox foram todos consumidos, injetados nos lábios
Da boa moça, coitadinha!
Para que ela ficasse mais bela, linda e deslumbrante
E encontrasse um  amor para lhe fazer feliz
Porém quando passou a dor, a moça olhou-se no espelho
Soltou um grito de horror
Sua linda boca, de lábios finos atraentes, virou uma couve-flor!
Edison Borba
 
 
 
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2016

O SONO DA PRESIDENTE

A nossa presidente declarou recentemente
Que todas noites, sem nenhum problema, ela dorme
O sono dos justos, acreditem, dorme tranquilamente
Creio que neste momento, todos os brasileiros
Pelo menos os que pensam, refletem e querem justiça

Estão com o sono agitado, a cabeça em fogo ardente
Pelos atos sem sentido dela mesma, a presidente
Nosso querido Brasil está em águas turbulentas
Ela, que me desculpe, e olhe mais para a Nação
Com olhos de mulher aguerrida, e não ficar
Abrindo novas feridas, convocando luta

Jurando vingança, que horror!
Apenas para ajudar, gente que já passou
Quem tinha que governar, governou ...
Enquanto V.Excia cuida dos seus amigos, o povo está sozinho
Se virando como pode, pedindo açúcar ao vizinho
Acreditem realmente, nada tenho contra a presidente

Mas tal mãe descuidada, deixou a panela no fogo
E foi fofocar no portão, deixando a casa abandonada
Totalmente abandonada, para meter o nariz,
Na vida, de quem já governou o País.
Volto a pedir, Senhora, cuide do Brasil, nossa casa
Tem criança chorando de fome, tem pais desempregados,

Gente doente em fila de hospital, o povo está sendo aviltado
E a Primeira Dama continua se metendo com o que não lhe condiz
Porque convidar a pessoa que já teve seu espaço
Porque enfrentar embaraço entrando em briga alheia
A Senhora jogou fora, a confiança do eleitor
E a sua teimosia só causa angústia e dor
O Brasil está parado, completamente estagnado

Enquanto o planalto briga, por seus próprios interesses
Existem diversas greves, escolas estão fechadas, trabalhador sem salário
Enquanto isso no plenário a discussão é insana,
Por um punhado de “grana”
Infelizmente a palavra patriotismo, saiu do dicionário
Agora o que se houve, em todo o plenário, é um grande “bestiário”.
Dilma, seu compromisso é o povo, a Nação Brasileira

E não com seus companheiros, que a Senhora bem sabe
Pisaram feio na banheira, escorregaram no sabão
Deram mole, entregaram o jogo, pensando na impunidade
E não adiante tentar, se esconder pedir perdão
O mundo todo já sabe da grande confusão
Que no planalto em Brasília, tem gente, envolvida até o pescoço

Neste angu de caroço, que não passa na nossa garganta não!

Infelizmente, estamos todos frente a frente com a corrupção!

Edison Borba

 

domingo, 27 de março de 2016

AMO VOCÊ EM MIM!

Nas tuas mãos entrego a minha vida
Na sua boca está a minha língua
Pois assim posso sentir o seu sabor
Você delícia, que misturado às suas carícias
Em pele nossa que arrepiada fica, quando
Misturamos mãos e dedos a procura de segredos
Escondidos nos mais incríveis recantos dos nossos corpos
Entre beijos e gemidos já não sabemos distinguir quem somos
Teus seios tocam em meu peito deixando-me perdido
Num bailado frenético e poético, entre carícias e palavras com malícia
Ditas sussurradas em nossos ouvidos pelo vento que nos acaricia a pele
Nos arrepia e nos enlouquece, mas nesta loucura também nos enternece
Neste amor, louco e profano, mas também angelical e puro
Onde entregamo-nos um ou outro em total desprendimento
Unidos estamos, abraçados entrelaçados, pernas pés coxas
Numa obra de arte expressa em carne, numa beleza efêmera
Que termina, mas germina e começamos tudo outra vez
Nossas vidas já não pertencem a nós, amo-te em mim grande loucura
Numa inversão de amores, amor não próprio, pois o próprio amor
É do outro a vida, que possuiremos pela eternidade
Reinventando-nos a cada instante, que nos possuímos
Como antropófagos nos alimentamos, com as nossas vidas.

                                              Edison Borba

A PÁSCOA E A FAMÍLIA!

Família é coisa importante na vida de toda gente
Irmãos, sobrinhos, filhos e netos
Tios, avós, pai e mãe, como é bom tê-los por perto
Agraciado eu fui, por seis sobrinhos, filhos de meus irmãos
Três meninos e três meninas,
Hoje, homens e mulheres, que me orgulham muito
Por serem éticos e honrados, brasileiros bom caráter,
Forjados na educação, no respeito e no trabalho
E também, na tradição de família sempre unida.
Aproveitando a Páscoa, a ressureição do Senhor
Minhas senhoras e senhores vou apresentá-los a todos
Para não fugir à ética, vou citá-los, em ordem alfabética
Na mesa de louvor a Jesus, nesta Páscoa deslumbrante
Vou citá-los um por um, deixando claro o amor
Que a todos eu dedico, pedindo sempre ao Senhor
Que os ajude a viver e vencer, seguindo os
Cristãos caminhos, tratando todos com igualdade
Respeito e muito carinho.

Conheçam os meus sobrinhos!

Ana, mulher corajosa, soube enfrentar o mundo
Hoje é a mãe do Hunter, nome de caçador
Que acabou de nascer fazendo a família crescer.

Cristina é irmã da Ana, mulher estudiosa e tranquila
Lucy e Júlia, suas filhas, meninas lindas, são o espelho da mãe
Amam viajar e estudar, aprendendo a viver com efeito,
Com alegria, felicidade e respeito pela humanidade

Como faz o Fabiano, que agora vou citar
Formado em veterinário ou será veterinária,
Mas isto não importa não, é problema de redação
Este querido sobrinho é o homem da meditação

Filipe é só coração, um homem que ama animais
É contra o preconceito, é sincero, honesto e justo
Ele é pai de um rapaz, cujo nome é Augusto

A seguir tem Gabriel, irmão da Cristina e da Ana
Ele é o pai da Manoela, uma bonita menina
Trabalhador, inteligente e gosta de muita ação
Sua área de trabalho é a comunicação

Simone, é uma guerreira, irmã de Filipe e Fabiano
A arte do piano estudou, tornou-se uma pianista
Porém, hoje ela rege, não mais um grande instrumento
Trabalha com crianças e jovens, lutando por suas vidas
Seu trabalho é social lá no Planalto Central
Seus filhos Daniel e Bárbara seguiram os caminhos do bem
Estudiosos aplicados, são brasileiros que lutam
Juntos com todos os primos, para que o Brasil

Seja uma Pátria mais justa, para que todos vivam
Com saúde, segurança, trabalho e educação
E possam ter sempre na mesa, o tão sagrado pão!
Sobrinhos eu tenho seis, a minha irmã agradeço

E também ao meu irmão; Neyde e Cesar são seus nomes
Eu amo muito os dois, amo mesmo de paixão
Eles garantiram, a continuação da família
Árvores de belos frutos, que já se ramificaram
Espalhados pelo mundo, gente boa eu garanto

Que muito hão de fazer, por um Planeta melhor
Agradeço a Deus, meu Pai, Nosso Senhor
Por toda a minha família, pelos antigos e os novos
Cada um, com diferente potencial,
Somos todos, somo um, com o mesmo ideal
De ética e de moral!

Nossa ancestralidade, tinha uma boa genética
Que deu árvores frondosas, fortes e maravilhosas
Onde os saborosos frutos, sementes produzirão
Para garantir que o Brasil
Transforme-se em grande nação!

Edison Borba – Eu tenho orgulho da minha família!

sábado, 26 de março de 2016

VELHO CHICO

Impossível não elogiar os capítulos apresentados até hoje da novela “VELHO CHICO”. Cenário colorido de forma encantadora e de excelente qualidade. Uma trilha sonora das melhores que já ouvimos. Os detalhes da equipe que trabalha com o som é primoroso, dando a cada cena mais intensidade dramática, usando não uma trilha corrida, porém mesclando sons e matizes que, há tempos, não se ouvia em novelas.
Atores e atrizes perfeitamente adequados aos papéis, num figurino excelente, numa profusão de cores e detalhes brasileiros nordestinos, extremamente rico, combinando com os cenários, alguns dramaticamente expondo a religiosidade do local e da época.
Para não ser injusto em relação aos atores e atrizes, que estão (todos) em perfeita sintonia com a novela, nesta primeira fase, destacamos SELMA EGREI e RODRIGO SANTORO pela beleza de suas interpretações, principalmente quando juntos duelam nas falas de seus textos.
Selma Egrei há tempos afastada e que tem demonstrado a sua verve de uma excelente atriz. Rodrigo Santoro, deixa claro que não é de beleza que se faz um grande ator, é com conhecimento cênico.
Nota também para a participação de Tarcísio Meira, que continua o ator, capaz de impressionar com sua presença.
Fazia tempo que as emissoras de televisão não investiam em texto tão contundente e com interpretações de alto nível, que fogem ao lugar comum.
Parabéns aos telespectadores que podem assistir uma novela arte, sem precisar retirar as crianças da sala, ou ter que assistir cenas de pouca qualidade.
Edison Borba

BASTA UM DIA













E lá estava eu em 1977, na fila do Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, calça boca de sino, camisa de gola pontuda e casaco de couro. Jovem professor, barbudo, cabelos no ombro e muitas ideias na cabeça. Sonhos de viver numa Pátria livre, sem preconceitos e miséria. Não sabia que após tantos anos, a música que foi escrita para uma determinada circunstância, estivesse hoje
servindo aos mesmo propósitos, porém os malvados e corruptos trocaram de lugar.

Que pena! E eu tão jovem, tão crédulo! Pelo menos a grande Bibi Ferreira continua arrebatadora em qualquer tempo.
                                   Edison Borba

ALELUIA! ALELUIA!

Nos anos cinquenta, lá bairro de Inhaúma
Na zona norte do Rio, cidade maravilhosa
O sábado de aleluia, era esperado por todos
Mulher, homem e gente idosa
Era o dia de malhar Judas, o traidor
Que vendeu Jesus Cristo, o nosso Senhor Salvador
Havia em todas as casas entre os adultos cochichos

Segredinhos e sorrisos, escondido das crianças
Que por curiosidade, ficavam espichando os ouvidos
Para saber quais os maridos estariam pendurados
Nos postes da avenida, representando o Judas
Todos sabem, o traidor, nestes casos de Inhaúma

Quem era pendurado no poste, era justamente o traído
Aquele marido bobo, pela mulher enganado
Havia também, os que não tinham, acertado a conta
Com o armazém e a quitanda também, estavam devendo
Até para o moço, do armarinho, que a todos atendia
Com muito gosto e carinho.

Havia em todas as casas uma certa curiosidade
Para saber, de verdade, quem seria no posto amarrado
Ao amanhecer o dia, todos saiam à rua
Alguns portando varas e de paus alguns pedaços,
Para justiça fazer no Judas, o traidor, o malvado,

Era ele o indicado em que todos queriam bater
Mas na realidade era tudo brincadeira,
Os bonecos que ficavam nos postes pendurados,
Não ofendia ninguém, pois até os indicados
Participavam da farra e da alegre correria
No sábado de aleluia, dia de alegria

O amor por Jesus Cristo, malhar o boneco Judas
Era uma forma, na época, de demonstrar revolta
Deixando claro, acreditem, das pessoas a emoção
Que o povo não aceita, não suporta e não quer não
Que haja contra, quem quer seja, uma torpe traição.
Judas são todos os homens e mulheres também

Que não honram seus compromissos, são omissos e covardes
Assim, como conta a História, de Nosso Senhor Jesus
São capazes de prender qualquer cidadão na cruz.
Saudade eu tenho, dos tempos da Aleluia,
Os sábados alegres vividos no bairro de Inhaúma
Com minha família e amigos, em uma casa pequena
Onde o verbo mais conjugado, naquele pequeno lar
Era o que Jesus ensinou, amar, amar e amar!

Edison Borba

sexta-feira, 25 de março de 2016

A PAIXÃO DE CRISTO EM FAMÍLIA!


Avós vestidas de preto, rosário nas mãos a rezar
Pela casa silenciosa, santos cobertos de roxo
Minha mãe na cozinha, preparando a refeição
Crianças caladas, sem as brincadeiras normais
Tudo em honra e respeito de Jesus Cristo, a Paixão!
Diante mesa posta, toda família reunida
Meu pai à cabeceira, minhas avós ao seu lado
Minha mãe, cabelos presos por uma fita escura
Ocupava o outro lado da mesa, em toalha forrada
Branquinha, tal algodão, tudo em respeito
A gloriosa Paixão!
À tarde todos reunidos iam para a igreja
Nenhuma palavra era dita, crianças caminhavam à frente
Sem risadas nem correrias, todos em comunhão
Tudo isso em respeito à sexta-feira da Paixão!
Na igreja o pranto e o choro de senhoras piedosas
Quebrava o silêncio da multidão que adorava
E velava o corpo de Cristo, coberto por branco véu
As chagas causava emoção e tristeza no coração
Pelo Senhor Jesus Cristo, que sofreu judiação
Foi morto para nos salvar, com sua gloriosa Paixão!
Nossa Senhora das Dores, no peito um punhal cravado
Transformava o ambiente em local mais triste ainda
Em seu andor transmitia toda a dor deste mundo
A mulher mãe do cordeiro, que fora sacrificado
Imolado pelas mãos dos impiedosos  soldados
Que o pregaram na cruz, deixando-o agonizar
Até o último suspiro, mas antes do anoitecer
E Jesus o Cristo morrer, ele agonizando pediu
Ao seu pai pela humanidade: eles não sabem o que fazem,
A eles dou meu sangue e também meu coração.
Depois de visitar o corpo de Jesus Cristo na igreja
Minha família voltava para casa em oração
O silêncio eram mantido até a última refeição
Tudo isso em respeito à sexta-feira da Paixão!
A criançada dormia, querendo que o novo dia
Logo amanhecesse, com o sol anunciando o
Sábado de Aleluia!
E todos em alegria pudessem malhar o Judas
Que no poste pendurado denunciava a prisão
Daquele que a Jesus traiu, por algumas moedas de ouro
Entre risadas e gritos, com paus e varas compridas
Adultos e a criançada batiam forte no boneco
Pelo prazer de vingar a morte de Cristo Jesus
Que por nós, morreu pregado tristemente numa cruz!
 
Edison Borba
 
 

quinta-feira, 24 de março de 2016

SAUDADE



Foi numa quinta-feira santa
De um tempo no passado
Que vi minha mãe partir
Depois de longo sofrimento
Após passar tantos anos
Não esqueço aquele momento
Lembrei do Senhor Jesus
Morrendo naquela cruz
E me serviu de alento
Não vou dizer que mamãe
Era a diferente de tantas
Que existe no mundo
Mas era especial, era minha
A mulher que me gerou
Amamentou e educou
Foram muitos anos juntos
E de repente num segundo
Ela parou de respirar
E eu diante da cena
Não chorei, eu não gritei
Apenas pensei: que fazer,
Com todo o amor que sentia
Por aquela forte mulher
De olhos cerrados dormindo
Creio que estava sorrindo
Pois havia cumprido sua sina
Trabalhadora ela foi
Desde os tempos de menina
Casou, filhos gerou e educou
Cumpriu bem o seu papel
É justo que agora descanse
Nos braços de Nosso Senhor
E foi pensando assim
Que consegui, apaziguar
Meu coração minha dor.

Edison Borba – Obrigado minha mãe!

quarta-feira, 23 de março de 2016

A VACA PROFANA



Enquanto a gente discute de que lado ficaremos
O Brasil vai afundando, cada vez mais, acreditem
Perdendo espaço no mundo, como Nação de respeito
Desemprego aumentando, inflação descontrolada
Num oceano sem fundo mergulhamos cada dia
E ainda brigamos, para saber, quem vai ficar com a fatia
Do bolo brasileiro, feito com muito leite, tirado de uma vaca
De tetas tão grandes, que consegue manter, toda enorme manada
Que cai de boca no leite numa desavergonhada mamata
Tem criança morrendo, escola fechada, hospital de fachada
As queimadas aumentaram na região norte, Amazônia
A situação é bem grave, é de causar insônia
E continuamos lutando para saber quem vai, quem fica
Quem sai, quem julga, quem explica o que não tem explicação
Roubo é roubo, corrupção é corrupção
No Planalto, uma enorme folia quase beirando a orgia
O mundo continua a girar, aqui nossos políticos
Continuam a teimar, quem deve aqui governar
Quem desiste e quem insiste, de maneira desordeira
Em nenhum momento eles pensam, na nossa Nação Brasileira
Nenhum deles, a ninguém engana
Eles querem é o leite, da gorda vaca profana!

Edison Borba

O DIA DA REDENÇÃO

Aproveitando o momento desta semana Santa

Pensei numa saída para a crise Nacional
O momento é agora neste período Pascal
Na sexta-feira Santa, todos os políticos
Das mais diferentes opções
Assumiriam o compromisso de criar um só partido
Que seria assim resumido

Brasil Pátria Unida!

As cores, nós já temos e a bandeira também
Temos Hino e Brasões, só falta assumirmos o amor
Por esta Terra querida, abençoada por Nosso Senhor
No dia da morte da Cristo, todos ajoelhados
Arrependidos, aos pés da cruz, pediriam perdão
Todos juntos unidos declarariam com força

Arrependimento e dor, do fundo do coração
Não roubar, não mentir seria o compromisso
Dando adeus definitivo a terrível corrupção
Nunca mais ir ao palanque para enganar a Nação
Sob juramento a Deus, de joelhos no chão

Se não cumprir a promessa haverá excomunhão
Servir ao povo, trabalhador, com honestidade
E para os traidores não pode haver piedade
Todos de mãos postas, cabeça baixa em oração
Fariam um só juramento: amar o nosso Brasil
Terra maravilhosa uma nobre e grande Nação

Valores serão devolvidos, e todos arrependidos
Pedindo perdão a Deus, contritos e cheios de fé
No coração a bondade expulsando a maldade
Reforçar o juramento e o arrependimento
Nunca mais proceder mal, sob pena de cair
Na mais dura excomunhão,
O ladrão e os seus filhos, até a quinta geração!

No sábado de Aleluia o povo na rua cantando
Louvando, rezando e orando
Declararia com amor – esta Pátria é do Senhor!
E no domingo de Páscoa, dia da ressureição

Não haveria mais fome, pobreza e nem agressão
A nossa Terra querida seria a tal prometida
Onde todo o povo feliz viveria abençoado
Sob a proteção Divina!
Não acho que seja impossível este sonho realizar

Convoco todos os Cristãos para a Jesus conclamar
Pedir que a nossa política possa ser abençoada
Que não haja mais partidos e que o Brasil
Fique unido, em todas as regiões
Que Deus seja o Senhor, de toda esta Nação
Onde haverá amor, paz e harmonia
Nunca mais fome e miséria , só amor e alegria!

Edison Borba

terça-feira, 22 de março de 2016

GOTA D'ÁGUA - BIBI FERREIRA - VENENO



Bibi Ferreira está magnífica neste monólogo da Peça Gota D'água. É para ouvir, ver e absorver com atenção cada palavra e saborear com aguçado "paladar" um dos maiores textos da dramaturgia brasileira, muito adequado ao momento brasileiro.
 
Edison Borba

COMO SERÁ O FINAL?


Foi triste o episódio que aconteceu em Minas
Em Belô, lá nas Gerais, quando parte da plateia
De um teatro famoso explodiu em vaias
Quando o cantor e ator, inadequadamente
Sua linha política, em cena deixou escapar
Chocando muita gente
Talvez em outro momento o fato não causaria
Tanta confusão e gritaria.
Que pena! Que horror! Os dois lados de um povo
Que a cada dia se divide com ódio e muito rancor
O que será do Brasil quando a tormenta passar
Amigos em inimigos transformados pela luta
Que deveria ser apenas; uma – um novo País, o Brasil!
Sem ter a vergonha de ser apontado como a Nação
Rainha da corrupção!
Creio que todos querem, um pais melhor pra viver
Mas desta forma estamos, cavando o próprio túmulo
Os senhores de engenho continuarão suas vidas
Gastando o que é nosso.
Entre eles não existe nem esquerda nem direita,
É tudo farinha suja dentro do mesmo saco!
Nós, os trabalhadores continuaremos a viajar
Nos trens sem nenhum conforto,
No metro lotado e ônibus quebrado
A carregar a marmita e requentar a comida
Eles os de direita e de esquerda, acredito
Viverão sem trabalhar, viajando de avião
Gastando o dinheiro do nosso suor e pão
Amigos vamos com calma, todos nós temos o direito
De termos nossas torcidas, mas cuidado com as feridas
Que estão sendo abertas agora.
Quando o tempo passar, eles vão continuar
Nas tetas da vaca a mamar, continuarão no poder
Talvez mudem de partido para enganar a gente
Que aceitamos contentes viver que nem gado em curral,
Caminhando docemente para a execução final!
Caem as cortinas! Mas o pobre espetáculo vai continuar!
Disso eu tenho certeza! Lágrimas vou derramar!
Edison Borba